Refletir e agir a partir do brincar: uma proposta intercultural

Pesquisadoras da Uniso visitam escola estadunidense e discutem estratégias para repensar a educação a partir de atividades engajadas: “nossa proposta é de desencapsulação curricular. Pelo brincar, a gente vai propor novas formas de entender os currículos, para além dos conteúdos”

Um grupo de cem professores se reúne para receber convidados estrangeiros, vindos de um país do sul do continente. A proposta dos forasteiros parece um tanto inusitada, afinal docentes são pessoas adultas desabituadas a brincar, especialmente entre si. Foi dessa forma que a equipe de pesquisadores do Researchers in Intercultural Actions (RIA), grupo de pesquisa liderado por Daniela Aparecida Vendramini Zanella, encontrou os professores da Brooklyn New School (BNS) em junho de 2024.

A professora Vendramini-Zanella é coordenadora do curso de Letras Português e Inglês da Universidade de Sorocaba (Uniso), onde atua há 25 anos. Ela conta que o RIA é um grupo emergente de um espaço de pesquisa consolidado, o Grupo de Pesquisa Linguagem em Atividades no Contexto Escolar (Lace) do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “A nossa orientadora disse, vocês todos já têm pós-doutorado, já podem começar a produzir by yourselves.” A orientadora a quem Vendramini-Zanella se refere é a professora Fernanda Coelho Liberali, líder do Lace e docente permanente dos PPGs em Educação e em Linguística Aplicada da PUC-SP. Liberali orientou o doutorado e supervisionou o estágio pós-doutoral de Vendramini-Zanella, bem como acompanhou parte dos demais pesquisadores do RIA em diferentes etapas de formação. Ao perceber que o pequeno grupo já tinha condições de caminhar com autonomia, Liberali fez a provocação que resultou não apenas em um novo grupo registrado junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), como também possibilitou a proposição de um projeto de pesquisa que recebeu fomento do próprio CNPq.

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Texto: Mara Rovida
Imagem: Victor Bertrand (Adobe Stock)