Arquiteta formada na Uniso participa de bienal na Itália
Arquiteta formada pela Uniso, Marina Rosa foi convidada para participar da pré-abertura da 18ª Bienal de Arquitetura de Veneza, na Itália, um dos eventos mais importantes do mundo, aberto ao público no dia 20 de maio. Ela colaborou com a representação oficial das Filipinas, contribuindo como redatora do catálogo da exposição, intitulada “Tripa de Gallina: Guts of Estuary”.
Como arquiteta, Marina escreveu um ensaio sobre sua experiência como brasileira em intercâmbio nas Filipinas e a solução de design apresentada no Trabalho de Conclusão de Curso na Uniso para o “Estuário Tripa de Gallina”, um rio localizado na cidade de Manila, que conta com barangays em seu entorno, como pequenos bairros, que apresentam uma série de problemas sociais, econômicos e ambientais.
“A participação na pré-abertura da Bienal de Arquitetura de Veneza, em especial na cerimônia oficial de inauguração do Pavilhão das Filipinas, sendo arquiteta brasileira, coloca em relevo o principal objetivo arquitetônico expresso no Pavilhão Filipino: encorajar o diálogo na comunidade para ir além de todos os desafios existentes. Então, estar com os filipinos neste momento fortalece a essência da proposta, concretizando através dos nossos encontros culturais, relacionamentos que nos abrem às transformações sociais, olhando para o futuro da nossa humanidade.”
Durante o intercâmbio intercultural nas Filipinas, Marina conheceu a arquiteta Choie Funk, que apresentou o estuário e os barangays a ela. A partir de um período de escuta dos moradores, líderes dos barangays, professores e alunos da Universidade De La Salle, Marina decidiu por desenvolver em seu TCC uma proposta de requalificação urbana naquela área que levasse em conta a vida e os vários diálogos que ali foram levantados. A arquiteta filipina, inclusive, colaborou com suas pesquisas e levou para frente outro projeto na área.
De volta ao Brasil, Marina deu continuidade às pesquisas sobre o tema, mesmo com o encerramento do curso de graduação, participando do grupo internacional Dialoghi in Architettura e eventos acadêmicos da área. “A Uniso foi muito importante no meu percurso, recebi todo apoio do corpo docente e dos orientadores Fabrício Linardi e Lígia Mauá para o projeto acontecer e as portas se abriram como para a participação desta Bienal”, detalha Marina. O convite foi feito pela própria arquiteta filipina, por meio da Comissão Nacional de Cultura e Artes (NCCA) e da Philippine Arts in Venice Biennale Project (PAVB).
Com a temática “O laboratório do futuro”, a Bienal tem como curadoria, a educadora e romancista Lesley Lokko, fundadora do African Futures Institute, que nesta edição propõe uma reflexão sobre mudanças, com holofote no continente africano. Esta edição conta com 64 pavilhões de diferentes países, sendo mais da metade de origem africana e diaspórica. A exposição prosseguirá até 26 de novembro. Site oficial: https://www.labiennale.org/en/architecture/2023.
Foto de Capa: Na exposição das Filipinas, o círculo em torno do rio (no centro) significa o espaço de encontro e diálogo. Grupo formado por Marina, a arquiteta Choie Funk e outras pessoas conversando sobre a realidade do rio. (Arquivo Pessoal)