Uniso refloresta mais de seis hectares na Cidade Universitária
Plantio no câmpus utilizou cerca de 200 quilos de sementes, o que equivale a 10 mil mudas de 31 espécies de árvores nativas
Uma nova etapa de reflorestamento da Cidade Universitária, maior câmpus da Universidade de Sorocaba (Uniso), acaba de ser concluída: no último dia 12 de dezembro, mais de 6,5 hectares foram reflorestados. Essa ação resulta de uma parceria entre os cursos de Ciências Biológicas e Engenharia Agronômica da Uniso com o Instituto Pró-Terra e Iniciativa Verde e está vinculada ao projeto Sorocaba I do Programa Nascentes, que possui o intuito de agilizar iniciativas de compensações ambientais no Estado.
No plantio foi utilizado o método tradicional e também a técnica de muvuca, que possibilita a mistura de sementes de diferentes espécies. Esse projeto de reflorestamento começou em abril de 2024 com a realização do mapeamento e diagnóstico da área. Localizado no Núcleo de Estudos Ambientais da Uniso (NEAS), o espaço de plantio foi dividido em dois: 3,5 hectares, que receberam a técnica da muvuca, e 2,9 hectares, onde foi realizado plantio convencional, por ter apresentado na etapa de coleta de dados maior potencial de regeneração natural.
Algumas das sementes utilizadas no plantio (Foto: Rebeca Tenório)
Para ser realizada a muvuca, antes são necessários alguns procedimentos. Foi preciso roçar o local e depois fazer duas vezes o gradeamento da terra; a primeira vez para descompactar e, a segunda, após 15 dias, para deixar a terra fofa e arrancar qualquer broto de capim que pudesse prejudicar o plantio. As sementes escolhidas para a muvuca são divididas em dois grupos: os adubos verdes, como feijão-de-porco, crotalaria, girassol e as sementes de árvores, referentes a 31 espécies. No total, foram plantados 200 quilos de sementes. Segundo Samuel Cortez, analista ambiental da Iniciativa Verde, um dos responsáveis pelo reflorestamento, os motivos para realizar a muvuca é baixa manutenção e o custo para manter a floresta enquanto está em formação.
O grupo de adubos verdes tem durabilidade de seis meses a três anos e possui muitos benefícios, como proteger o solo, manter a umidade do local e se tornar fertilizante natural. Já as sementes florestais produzem árvores que vivem de 20 a 100 anos e, em geral, elas demoram mais para nascer. Cortez conta que, nos primeiros três anos, o local vai parecer uma plantação de feijão, mas depois geminarão as espécies florestais.
Para a realização do processo de muvuca, é feita uma mistura de substrato com sementes. O cálculo feito é uma porção de sementes para quatro porções de substrato. No dia, foi utilizada areia como substrato para o mix de sementes, que foram espalhadas com ajuda de trator.
Mistura de sementes com substrato de areia para o plantio com uso da técnica de muvuca (Foto: Rebeca Tenório)
Além das divisões dos terrenos para receber a técnica de muvuca, houve uma adicional em que foi feita a implementação de rizobactérias no solo. Para isso, foi separado um hectare da área destinada à muvuca. Essa implementação visa ajudar a enriquecer o solo que está prejudicado, trazendo microorganismos benéficos ao local. O processo é feito por meio da diluição em água com as bactérias que estão em pó concentrado, aplicado após as sementes serem espalhadas. O trator passa pela última vez gradeando a terra para cobrir as sementes que acordarão após a primeira chuva.
Após um mês do plantio, haverá um monitoramento de como o local se comportará. Segundo Nobel Penteado de Freitas, professor do curso Ciências Biológicas, coordenador do NEAS e também organizador do projeto, a proposta é preservar a biodiversidade da região. Além disso, essas experiências poderão ser compartilhadas por meio de artigos científicos em diversas áreas de estudos.
Texto: Rebeca Tenório (estagiária de Jornalismo), com supervisão de Mônica Cristina Ribeiro Gomes (Assecoms/Uniso)